01 julho 2014

Tahiti

Deixámos para trás a magnífica ilha da Páscoa e continuámos a viagem a bordo da LAN Chile com destino à Polinésia Francesa! Este é um dos destinos que, para nós que vivemos em Portugal, nos parece sempre muito longínquo. E de facto é! Se olharmos para o mapa, as ilhas da Polinésia ficam mesmo isoladas na imensidão do Oceano Pacífico e portanto diametralmente opostas ao nosso país. Mais uma vez este era um dos destinos que estavam na nossa lista de um dia tentar lá ir. E esse dia chegou!

O voo nocturno que vem de Santiago do Chile, faz escala na ilha da Páscoa e depois de abastecer e embarcar passageiros como nós segue viagem para a ilha de Tahiti, onde fica localizada a capital da Polinésia Francesa. É uma forma de partir ao meio um voo de umas 12-13 horas em dois voos. A continuação da viagem ainda é bastante longa, mas como é feita de noite dá para ir dormitando. Passadas umas horas começámos a descer para o aeroporto de Faa’a que fica a escassos 5-6 kms da capital Papeete. Ao desembarcar caminhamos pela placa do aeroporto até à aerogare estilo tropical, onde às tantas da madrugada, dois polinésios e uma bailarina com roupas tradicionais tocavam ukuleles enquanto a moça dançava dando as boas vindas aos passageiros.

Aeroporto de Faa'a em Tahiti


Boas-vindas


Seguiu-se a fronteira. Como somos europeus e estamos num território Francês o processo não é nada demorado. Apanhámos as malas e enfiámo-nos num táxi para o hotel. Como era de madrugada não havia movimento nenhum e também não deu para ver muita coisa. Mas chegámos à Polinésia e estava uma noite bem quente e agradável. E tivemos sorte com o hotel: ficava numa baía sossegada e o quarto até tinha vista mar.

Acordar em Tahiti num dia de sol é um daqueles privilégios que não se esquecem. De manhã percebemos que da janela do quarto víamos ao fundo a ilha vizinha de Moorea, outro destino que costumamos ver nas brochuras das agências de viagens. Claro que o apelo do oceano pacífico, ali mesmo em frente era irresistível e fomos logo para a praia de areia negra em frente ao quarto para dar um mergulho. Tal como nos Açores, a areia exposta ao sol atinge temperaturas que queimam (e muito!) os pés. Mas o “sofrimento” compensa já que a água estava com uma temperatura excelente!

Vista do quarto


Praia com a ilha de Moorea ao fundo


Esta ilha faz parte de um vasto território de mais de 4000 km2 que é composto por cinco grandes arquipélagos: o das Marquesas, o de Tuamotu, o de Gambier, o das Austrais e o da Sociedade do qual Tahiti é a maior ilha. Pensa-se que já, em 1521, o português Fernão de Magalhães esteve em Puka Puka, um atol do arquipélago de Tuamotu aquando da sua histórica viagem de circum-navegação.

Estas ilhas foram colonizadas por populações emigrantes que vieram do sudoeste asiático há muitos séculos atrás usando embarcações capazes de navegar em oceano aberto. Naturalmente que já existiam relatos da existência destas ilhas, mas só em 1767, o inglês Samuel Wallis na sua viagem de circum-navegação chegou a Tahiti e estabeleceu contactos com os nativos. Este foi pelo menos um dos primeiros contactos documentados. Um ano depois, o francês Bougainville igualmente numa viagem à volta do globo chegou a esta ilha. Também o famoso James Cook, ao serviço da coroa inglesa, passou por estas ilhas um ano mais tarde e documentou com mais detalhe os costumes e língua dos habitantes de Tahiti lançando assim as bases para a influência britânica na região. Em 1846, depois de uma curta guerra, os franceses tomaram o controle de Tahiti colocando um ponto final na influência britânica e anexando Tahiti aos seus territórios ultramarinos. Este processo culminou em 1880 com a abdicação do rei de Tahiti Pomare V, passando em definitivo a soberania para os franceses sob a forma de um protectorado. Actualmente, a Polinésia Francesa é um “Pays d’outre mér” e goza de uma grande autonomia, dispondo de um governo próprio, parlamento e leis próprias. É no entanto curioso ainda hoje vermos as bandeiras Francesa e da União Europeia hasteadas tão longe da Europa. Nem tudo são rosas e durante trinta anos, os franceses efectuaram testes nucleares em dois atóis deste território insular. A ilha de Tahiti é actualmente uma das mecas do surf mundial sendo que Teahupo’o é um dos locais mais espectaculares e perigosos para esta prática devido ao recife de coral.

Com cerca de 180 mil habitantes, a ilha mais populosa da Polinésia é composta por duas “metades” – Tahiti Nui e Tahiti Iti. Estas duas partes da ilha são dominadas por duas montanhas de origem vulcânica, uma com mais de 2200 m, o monte Orohena do lado Nui (grande) e o monte Roonui do lado Iti (pequeno) com mais de 1200 m. A capital fica situada do lado de Tahiti Nui e liga-se ao lado Iti através de um pequeno istmo. A parte sul da ilha é mais pequena e remota e alguns locais só são acessíveis de barco.

Como nos nossos planos estava a intenção de explorar outra ilha da Polinésia, sabíamos que tínhamos de aproveitar o pouco tempo que iríamos estar em Tahiti. E mesmo assim ficou bastante por ver e claro, o desejo de um dia voltar para explorar esta e mais ilhas deste fantástico território. Decidimos ir visitar a capital. A cidade de Papeete explora-se bastante bem a pé. Notam-se bem ainda alguns traços coloniais nos edifícios mais antigos. Fomos visitar o mercado central, uma forma sempre curiosa de fugir aos locais mais turísticos e ver como realmente vivem os habitantes locais. Muito peixe à venda, alguns com cores exuberantes típicos de águas quentes e que nunca vimos antes, assim como muita fruta tropical. Para além disso, muitos vendedores de artesanato local. Ainda vimos um ukelele para comprar, mas por aqui regatear não é como em Marrocos e o preço era como tudo na Polinésia: caro!

Mercado Municipal


Fruta


Peixes invulgares


Depois continuamos a vaguear pela baixa da cidade. Estivemos do lado de fora do parlamento, na marginal e no parque Bougainville antes de rumar novamente ao hotel para um mergulho antes do jantar.

Igreja no centro do Papeete


Centro da cidade de Papeete


Edifício do Parlamento


Marginal


Estátua do navegador Bougainville



O jantar foi com vista para o mar e ao som da rebentação: estamos realmente num paraíso!

Por-do-sol no hotel



O dia seguinte estava programado para começar bem cedo para rumarmos a um destino de sonho. A expectativa era grande. Íamos ver in loco se as fotos que vimos na net têm Photoshop ou não!


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