30 junho 2014

A mítica ilha da Páscoa!

Desde que, há muitos anos atrás, descobrimos que esta ilha existia que sempre dissemos que, se um dia pudéssemos, iríamos visitar a ilha da Páscoa. E eis que chegou o dia de explorar este lugar remoto perdido no sudeste do oceano Pacífico.

Deixámos para trás Santiago do Chile numa manhã de denso nevoeiro e rumámos para oeste a bordo de um voo da LAN Chile em direcção ao aeroporto de Mataveri. Este território, anexado pelo Chile em 1888 foi há muitos séculos atrás o ponto mais oriental até onde a civilização Polinésia se deslocou e se estabeleceu. Desde 1995 esta ilha foi declarada património mundial por parte da UNESCO devido às famosas estátuas de nome Moai, erigidas pelos habitantes de Rapa Nui, a designação dada pela civilização de origem Polinésia que colonizou este território remoto. E quando olhamos para o mapa no avião percebemos que nos dirigimos para um local extremamente isolado do resto do mundo. O território habitado mais próximo, a ilha de Pitcairn, situa-se a mais de 2000 km e o Chile continental a mais de 3500 km. É realmente no meio do nada que encontramos esta ilha mítica.

E é com aquela sensação de que chegámos a um ilha perdida, tipo a da série Lost, que desembarcamos do Boeing 767 a pé pela placa do aeroporto até a uma aerogare minúscula típica de um destino tropical. Após passar a alfandega uma grande azáfama entre turistas que chegam e residentes deste território insular procurando a sua boleia. Como bom local tropical tudo é fácil. Alugámos um jipe em poucos minutos sem muita papelada, pegámos num mapa e saímos de imediato à descoberta dos Moai! Para visitar certas zonas de maior interesse temos de pagar um passe cuja a receita reverte a favor da preservação do Parque Nacional de Rapa Nui.

Desembarque no aeroporto de Mataveri


Aerogare do aeroporto

A vegetação é tipicamente tropical, apesar da forte desflorestação que contribuiu para o declínio da civilização que estabeleceu na ilha de Rapa Nui e que se verificava já aquando da chegada dos primeiros europeus em meados do século XVIII. No ar sente-se um cheiro que é um misto de terra molhada e maresia. Não há muito carros e não há prédios. Tudo parece calmo e ninguém parece correr para lado nenhum. Ao comprar os bilhetes para o parque nacional dão-nos um folheto com alguma informação sobre a ilha e sobre as suas estátuas.

Parque Nacional de Rapa Nui


O jipe :)


O nome "ocidental" da ilha deve-se ao facto de o primeiro Europeu de que há registo a chegar a este território o ter feito num domingo de Páscoa. O navegador holandês Jacob Roggeveen chegou à ilha, segundo reza a história a 5 de Abril de 1772. No mesmo folheto lemos que o nome Polinésio "Rapa Nui" significa "Grande Rapa" devido à sua semelhança topográfica com a ilha de Rapa no grupo Austral da Polinésia. Há no entanto alguma controvérsia em redor deste nome de origem Polinésia. Para nós pouco importa. Sentimos que estamos num local especial e há que explorar que o tempo é curto. Bem vistas as coisas estamos a tentar dar a volta ao mundo em apenas 24 dias.

Aldeia cerimonial de Orongo com o Motu Nui ao fundo


Continuámos então em busca das famosas estátuas, os Moai, que até hoje procuram uma explicação para a sua existência. Vários estudiosos desenvolveram, ao longo dos anos, teorias para tentar explicar esta tradição mas ao certo ninguém sabe realmente o que significavam para os habitantes de Rapa Nui. Este facto confere ainda mais aquela aura de mistério a este local. A ilha não tem qualquer rio e a única fonte de água doce são os lagos em crateras do vulcão Terevaka.

Cratera do vulcão Rano Kao


Olhando para o mapa percebemos que a ilha tem uma forma triangular e a paisagem é marcada por três vulcões extintos, sendo que, como acontece em muitas outras ilhas vulcânicas o topo de uma grande montanha sub-aquática com mais de 2000 metros. Passados poucos minutos avistamos o primeiro Moai!

O primeiro Moai!


Apesar deste não fazer parte das estátuas mais famosas, por ser a primeira tirámos montes de fotografias. Estas incríveis monolíticas eram esculpidas a partir de rocha vulcânica de um local especifico que visitamos num dos lados de extinto vulcão Rano Raraku. Pensa-se que cada estátua demorava mais de um ano a esculpir.

Moais em Rano Raraku


Rano Raraku


Moai


-
Vista de Rano Raraku


Mais um Moai do conjunto de Rano Raraku


Rano Raraku é onde podemos ver a maior concentração de Moais


Descobrimos que a maioria das estátuas se encontrava tombada no inicio de século XX. As primeiras a serem reerguidas foram as da praia de Anakena em 1958. Para nós um dos locais mais bonitos em termos de paisagem devido ao conjunto dos Moai, a areia dourada e o azul do oceano Pacífico como pano de fundo fazendo deste local um verdadeiro postal. Esta é uma das poucas praias de areia da ilha, já que a maioria da costa é rochosa. A grande maioria dos conjuntos de Moai está de costas para o oceano à excepção do conjunto que pudemos ver em Ahu Akiv. Já agora a palavra Ahu significa local cerimonial nas línguas da Polinésia onde no caso da ilha da Páscoa onde eram colocados os Moai.

Conjunto de Moais da praia de Anakena


Faltam algumas estátuas neste conjunto


Moais


Como em quase todos os Ahu, os Moai estão virados para o interior da ilha


Praia de Anakena


Uma praia com excelentes condições


Seguimos para Ahu Tongariki onde encontramos as 15 estátuas (Moai) que são provavelmente as que mais vezes vemos em fotografias sobre a ilha da Páscoa. Vimos na placa explicativa que se encontra no local que estas se encontravam tombadas e foram escavadas e restauradas nos anos 90 do século passado. E ainda bem que o fizeram. O sítio é espectacular e as estátuas são todas diferentes e estão perfeitamente alinhadas.

Ahu Tongariki

Trabalhos nos anos 90 com o apoio de uma empresa Japonesa


As estátuas de Ahu Tongariki


As 15 estátuas de Tongariki


Outra das atracções da ilha são as gravuras esculpidas em pedra e que representam figuras religiosas, de pessoas ou de eventos passados. Constituem uma das mais vastas colecções de toda a Polinésia e podem ser vistas em diversos locais da ilha.

Petróglifo


Numa das paragens adquirimos a um artesão local um pequeno Moai esculpido em pedra vulcânica e que vamos guardar como recordação da nossa passagem por esta ilha. Estar junto das estátuas é realmente difícil de descrever. Vimos tantas vezes na internet e na televisão, mas estarmos bem perto a escassos metros é bem diferente!

Com o anoitecer foi tempo de rumar à cidade de Hanga Roa, principal localidade da ilha. Uma pequena cidade com cerca de 3000 habitantes - a grande maioria dos habitantes da ilha. Encontramos uma cidade simpática, calma, sem grandes confusões e com uma verdadeira atmosfera tropical. Depois de para para ver um magnifico pôr-do-sol era tempo para jantar. À boa maneira chilena a oferta é variada e comemos uma boa refeição de peixe. Afinal de contas estamos no meio do Oceano Pacífico.

Próxima paragem: Tahiti!


Boeing 767 da LAN Chile

29 junho 2014

Os Andes como pano de fundo

Apesar do frio temos tido sorte com o tempo. Nada de chuva o que é excelente para explorar a cidade. Decidimos continuar a descoberta com uma visita à casa de Pablo Neruda. Baptizada como o nome de "La Chascona", palavra de origem Quechua que significa "despenteada", a casa deve o seu nome a Matilde Urrutia, amante secreta do escritor chileno. Neruda manteve uma ligação amorosa com a ruiva Matilde durante vários anos, sendo ainda casado com a sua segunda mulher, facto que à época poucos tinham conhecimento. E foi precisamente nesta casa, aos pés do Cerro de San Cristóbal e que o poeta começou a construir em 1953, que Neruda deu largas à imaginação e à sua imensa paixão pelo mar e pelas viagens. A casa que nos dias de hoje é mantida pela Fundação Pablo Neruda, está repleta de objectos coleccionados  ao longo de anos de viagens e tem uma verdadeira atmosfera surreal difícil de descrever. É daqueles locais com algum magnetismo que nos levam a dizer: vão lá! Vejam com os próprios olhos. Para nos que partilhamos o gosto pela descoberta que só as viagens nos podem trazer foi um local que nos emocionou.
Vários anos mais tarde, Matilde viria a tornar-se a terceira esposa de Neruda e foi ela a responsável, após a morte do poeta em 1973, pela reconstrução de "La Chascona" danificada no golpe militar que haveria de levar Augusto Pinochet a poder.

La Chascona


Vista exterior


No interior da casa de Pablo Neruda


Pablo e Matilde


Da casa de Neruda decidimos rumar ao Cerro de San Cristóbal. Este "monte" que se localiza na cidade de Santiago oferece as mais magnificas vistas sobre a cidade e especialmente sobre a cidade e especialmente sobre a imponente cordilheira dos Andes. A forma mais fácil de subir ao Cerro é através do funicular. Depois de vencer uma pequena fila de espera, a viagem compensa. E muito!! A vista, como nos haviam recomendado é soberba e para além de uma visão 360' graus sobre a cidade, avistamos a imensidão daquele que é apenas um pedaço da maior cordilheira da América do Sul. Damos conta também do smog a que esta cidade localizada num imenso vale está sujeita em dias sem vento. O cume do Cerro de San Cristóbal é dominado pela enorme estátua de Nossa Senhora e tem igualmente uma pequena capela.

Llama


Vista sobre Santiago do Cerro de San Cristóbal


A cidade de Santiago

Santiago aos pés dos Andes

Estátua de N. Senhora


Depois desta subida rumámos ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Objectivo: aprender mais sobre a história recente do Chile e dos anos negros da ditadura militar responsável por tantas atrocidades e crimes contra a Humanidade. Nota-se bem que esta questão ainda maca os chilenos e que ainda existem feridas por sarar. Mas para nós que éramos crianças de tenra idade à altura dos factos, este museu extremamente bem documentado com artefactos e multimédia, permitiu-nos realmente saber um poucos mais sobre os anos que se seguiram à queda de Allende e a ascensão ao poder de Pinochet. Uma experiência para estômagos fortes em alguns aspectos mas sem dúvida recomendada.

Museu da Memória e dos Direitos Humanos


A visita é demorada e os dias de Inverno curtos. Restou-nos tempo para ir espreitar o bairro Quinta Normal que deve o seu nome a um excelente parque urbano. Totalmente inesperado neste inicio gelado de noite foi um concerto gratuito de uma Dixie Band composta por jovens músicos e um espectáculo de luz e água que descobrimos no interior do parque.

Quinta Normal


Para terminar a noite demos um pulo ao Pátio Bellavista, um local moderno que dispõe de vários restaurantes e uma atmosfera muito cosmopolita. Amanhã será o dia de deixar Santiago. Ficamos com a sensação que apenas "esgravatámos" a superfície de uma cidade e de um país que tem muito para oferecer e acima de tudo para descobrir. 

Havemos de voltar. Certamente! 

28 junho 2014

Santiago do Chile

É tão estranho estarmos em Junho e e estar um frio de rachar! Para quem vem do hemisfério norte é realmente difícil de assimilar nas primeiras horas. Parece que o cérebro nos diz: espera, há aqui qualquer coisa que não bate certo :)

A capital deste longo país com mais de 17 de milhões de habitantes, situa-se num vale aos pés da cordilheira dos Andes. De qualquer lugar com vista desafogada podemos ver as grandes montanhas e os seus picos com neve.

Como primeira paragem na descoberta da cidade seleccionamos o Palácio de La Moneda, palco de acontecimentos marcantes na década de 70, altura do golpe de estado que marcou a transição de Salvador Allende para o ditador Augusto Pinochet. Allende, que anos antes formou o primeiro governo eleito democraticamente na América do Sul de ideologia Marxista (a via Chilena para o socialismo) em plena guerra fria, teve de enfrentar os sucessivos bloqueios norte-americanos e manobras da CIA. Desde a sua tomada de posse efectuaram esforços para lançar a economia chilena em depressão. O culminar desse curto período no poder surgiu a 11 de Setembro de 1973, durante o golpe militar liderado pelo general Pinochet, no decorrer do qual tanques do exercito e aviões da força aérea chilena bombardearam o Palácio de La Moneda causando danos severos no edifício onde se encontrava o ainda presidente Salvador Allende.
Após o famoso discurso emotivo na rádio Magallanes em que se dirigiu ao povo chileno reiterando o seu compromisso com o país e recusando renunciar ao cargo, o presidente Allende cometeu suicídio. Este facto, embora seja a versão oficial dos acontecimentos, permaneceu sempre envolto em controvérsia entre se o suicídio realmente aconteceu ou se por outro lado o então presidente foi assassinado pela junta militar. O que é certo é que se seguiram anos de terror durante o regime totalitário encabeçado por Augusto Pinochet. Apesar de danificado, o ditador deu ordens para a reconstrução do palácio que foi reinaugurado em Março de 1981.

Palácio de La Moneda


Estátua de Salvador Allende


Sendo ainda hoje um palácio em funcionamento, não podemos visitar mais que um pátio interior. Seja como for, não deixa de ser emocionante estar presente num local de relevo que marcou a história recente. Depois de visitar na praça da Constituição a estátua de Salvador Allende, seguimos o ruído que há muito se fazia ouvir nas ruas. Muitas bandeiras do Chile e muitos chilenos equipados apressavam-se para chegar ao centro. A razão para tudo isto? Era dia do jogo Chile-Brasil para os oitavos de final do campeonato do mundo. Como é natural as ruas e cafés estavam cheios de fervorosos adeptos chilenos que aqui e ali entoavam o característico grito de guerra: Chi-Chi-Chi-le-le-le viva-Chile!

Jogo Chile-Brasil


Equipados a rigor e a rigor e com bandeiras, muitas bandeiras, preparavam-se para ver o jogo. Juntámo-nos a eles e fomos até um café ver a partida. Ensaio o meu melhor Portunhol e peço (ou tento pedir) uma cerveja nacional. Venho a descobrir mais tarde que, não só me deram uma cerveja Argentina, como era caríssima! Para a próxima peço tudo em inglês :)
Depois há um golo e descobrimos que a TV do café tem um atraso considerável. Já se gritava contra o golo do David Luiz para o Brasil e ainda nós não tínhamos visto nada. Ao intervalo decidimos mudar de sítio. Vou a correr levantar pesos chilenos ao multibanco mais próximo para pagar a conta e mudar para a TV que mostrava primeiro os golos. Venho a descobrir dias mais tarde que esta parvoíce iria custar caro. Trouxe o dinheiro mas ficou lá na caixa multibanco o cartão! Enfim, nada que não se viesse a remediar, mas em viagem, tão longe de casa não dá jeito nenhum!
Lição: nem em todos os países o cartão sai primeiro e só depois o dinheiro como acontece em Portugal ...

Jogo de nervos, Alexis Sanchez empata para o Chile. No café onde viemos parar está um tipo doido que grita, dá pontapés nas coisas e atira-se para o chão. Começamos a temer pela nossa integridade física e resolvemos ir ver o prolongamento para outro lado. Finalmente, algum sossego para ver as grandes penalidades no meio de muitos chilenos esperançados. Mas a sorte caiu para o lado dos brasileiros e o sonho do Chile caiu por terra.

Após as emoções fortes do futebol, de volta ao turismo e à Plaza de Armas alma e coração da capital chilena. Actualmente, está a ser alvo de obras de melhoramentos, o que rouba algum do seu esplendor. De destacar nesta praça a Catedral de Santiago que é quase tão antiga como a fundação da cidade pelo conquistador Pedro Valdivia no século XVI.

Plaza de Armas


Precisamente para saber mais sobre a história pré e pós Europeia do Chile, a próxima paragem foi o Museu Nacional. Bastante detalhado notámos falto de pormenores sobre os tempos da ditadura e da história mais recente do Chile. Terminámos o dia com uma visita à estação de Mapocho, hoje em dia desactivada e convertida em centro cultural e ao mercado central que tal como hoje é moda em Lisboa tem também restaurante e tasquinhas. Para ir jantar usámos o excelente metropolitano da cidade e fomos até uma das sugestões do Trip Advisor: Del Cociñero. Não sendo demasiado caro, começamos a descobrir que no Chile se como muito bem (havia ceviche!) e os vinhos são bastante bons, ou não seja o Chile um grande exportador mundial.

Estação de Mapocho


Mercado Central de Santiago


Amanhã há muito mais para explorar nesta cidade aos pés dos Andes!

27 junho 2014

Rumo ao Chile

Para a manhã deste último dia em Brasília traçámos um objectivo: conhecer o Palácio do Planalto, sede do poder executivo da República Federativa do Brasil. Tal como muitos outros edifícios da capital, este palácio foi igualmente projectado por Oscar Niemeyer tendo sido inaugurado em 1960. Foi um dos primeiros edifícios da capital a serem concluídos a tempo da inauguração da cidade. No decorrer da visita guiada, uma curiosidade contada pela guia de serviço: o espelho de água que hoje vemos em frente à fachada do palácio foi adicionado durante a presidência de José Sarney, após um condutor de autocarro desempregado tentar invadir o palácio embatendo com o veículo, o que alguns danos significativos no edifício.
Este espaço de trabalho do presidente do Brasil dispõe de um vasto acervo de obras de arte de autores nacionais e estrangeiros e, naturalmente, salas de reuniões e gabinetes de trabalho. No piso térreo podemos igualmente ver uma galeria de fotos com todos os presidentes do Brasil e o Rolls-Royce presidencial, que actualmente ostenta a placa de matrícula com a indicação "Presidenta da República" :-)

 Fachada palácio do planalto


Interior do palalácio


Rolls-Royce presidencial


Lago Paranoá visto do ar

Depois de conhecer um pouco mais de Brasília e da despedida de Portugal do Campeonato do Mundo, eis que chegou a altura de deixar o Brasil e partir à descoberta de um novo país. O destino há muito que estava na lista e é desta que vamos conhecer o Chile!

Para uma primeira abordagem vamos conhecer a capital, a cidade de Santiago do Chile. Para lá chegar e já que não há voos directos de Brasília para Santiago (pelo menos nas datas que procurámos), fizemos escala no Rio de Janeiro. Claro que havia um plano secreto de nas 4 horas de escala dar um salto até à zona sul e beber uma água de coco ou uma caipirinha em Copacabana ou no Leblon. Mas estamos em plena Copa e ao tentar apanhar um táxi e explicar ao que íamos, fomos logo avisados que ir para a zona sul não seria um problema, mas voltar ao aeroporto, boa sorte com isso :)

Foi com pena que apenas ficámos a conhecer os melhoramentos do Galeão e ficou desde já combinado que numa próxima oportunidade havemos de rever a cidade maravilhosa.

Galeão

Mas este longo dia só acabaria na capital do Chile. Este "comprido" país, se olharmos para o mapa da América do Sul, é um imenso país costeiro encravado entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. O voo nocturno da LAN Chile do Rio de Janeiro para Santiago decorreu sem problemas e apesar de não se ver grande coisa na aproximação pelas janelas do avião, deu para perceber (pelos ouvidos!) que após passarmos a cordilheira, mergulhámos literalmente para o aeroporto de Santiago.

Voo a bordo da LAN Chile

À chegada e a contrastar com o calor de Brasília, tínhamos à nossa espera o Inverno do hemisfério sul. Amanhã é dia de explorar a capital chilena após este dia bem longo! 

26 junho 2014

De calculadora na mão

Como referido anteriormente, um dos pretextos para mais esta visita ao Brasil, foi o de assistir ao jogo Portugal - Gana. Nunca tínhamos assistido in loco a um jogo de um campeonato do mundo e depois do playoff contra a Suécia, em que o Cristiano Ronaldo fez duas exibições memoráveis, pareceu boa ideia comprar bilhetes para um dos jogos de Portugal. Quem já foi a um Mundial, pelo menos recentemente, sabe que não é fácil obter um bilhete legitimo e a preços "razoáveis". Dado que a procura é superior à oferta a FIFA recorre a um sistema de pré-selecção dos jogos e posterior sorteio. Caso um ou mais bilhetes sejam atribuídos após o sorteio, o comprador é notificado e claro é cobrado o valor do bilhete.

De facto, há uns meses atrás a ideia pareceu boa. Agora, após os dois primeiros jogos a ideia parece menos boa :)

Portugal entrou no mundial a perder 4-0 com a Alemanha e comprometeu seriamente as coisas ao empatar 2-2 com os EUA no segundo jogo. Para o terceiro jogo da fase de grupos segue-se o Gana. Durante a semana a imprensa detalhou todos os cenários e só uma goleada Portuguesa em conjunto com um resultado que não o empate entre Alemanha e EUA poderiam levar Portugal aos oitavos de final.

Fomos cedo para o estádio para sentir todo o ambiente em redor de um jogo da Copa. Ao contrário do que se foi dizendo e escrevendo nos meses que antecederam o campeonato do mundo, a organização pareceu impecável. Ruas em redor do estádio cortadas, muita polícia, boa sinalização e tudo bem organizado no acesso ao interior do Estádio Nacional. Apenas dois aspectos menos positivos a apontar: o preço da comida e das bebidas e a má sinalização na bancada. Curioso que até à bancada estava tudo impecável, mas na bancada era muito difícil perceber onde cada pessoa se devia sentar.

No exterior do estádio Mané Garrincha

Antes do jogo

Portugal vs Gana

Quanto ao jogo, infelizmente mesmo atacando bastante e o facto da Alemanha até ajudar ao vencer os EUA, a vitória por 2-1 não foi suficiente. Ao menos o Cristiano Ronaldo lá marcou um golo e Portugal lá ganhou um jogo.

E nós vimos, pelo menos uma vez na vida, um jogo de um Campeonato do Mundo!